Claudia Piñeiro: suspense, crítica social e reflexão

Claudia Piñeiro: suspense, crítica social e reflexão

Uma das escritoras mais renomadas da Argentina e da literatura latino-americana, Claudia Piñeiro é conhecida por sua habilidade de criar suspenses envolventes e personagens complexos que exploram os aspectos mais profundos da condição humana. Com uma carreira marcada por sucessos literários, a autora consolidou-se como o terceiro nome mais traduzido do seu país, principalmente por explorar os dilemas morais e as contradições da sociedade contemporânea em sua escrita.

Piñeiro nasceu em Buenos Aires e iniciou sua carreira como contadora pública, profissão que exerceu por 10 anos antes de dedicar-se integralmente à escrita. Seu primeiro livro publicado foi “Un ladrón entre nosotros”, em 2007, que narra uma série de furtos em uma turma de 4ª série e foi escrito para o público infanto-juvenil.

Porém, foi com os títulos de mistério e crítica social que a autora garantiu seu espaço no meio literário. Entre suas obras mais aclamadas estão “As viúvas das quintas-feiras” e “Betibú”, romances que foram adaptados para o cinema e para a televisão, demonstrando o alcance e a popularidade de seu trabalho. Ambos são representantes da literatura policial argentina, com enredos que envolvem crimes e investigações.

Nas suas últimas obras publicadas, é possível conferir também um apelo maior à crítica social, especialmente no que tange aos direitos das mulheres. “Catedrais”, que Claudia escreveu em um período de sua vida muito ativo em debates pela legalização do aborto, revela a crueldade a que podem conduzir a obediência e o fanatismo religioso, a cumplicidade dos medrosos e indiferentes, e também a solidão e o desamparo daqueles que ousam seguir o seu próprio caminho.

Em entrevista recente para O Globo, Piñeiro fala sobre os seus livros como forma de resistência: “Dou minha opinião, sempre, e sou atacada. Mas me sentiria desconfortável se não falasse. Falo a favor das universidades, da ciência, das bibliotecas. Estão acontecendo coisas muito graves. O discurso de ódio cria um clima que habilita a violência.

Em “Elena sabe”, lançado em maio pela Editora Morro Branco, o suspense também vai além do convencional. Uma obra única que entrelaça uma pitada de romance policial com histórias íntimas de moralidade e da busca pela liberdade individual, o romance foi adaptado pela Netflix em 2023 e expõe as facetas ocultas do autoritarismo e da hipocrisia que podem determinar os rumos de uma vida.

Pouco depois de Rita aparecer morta na igreja que costumava frequentar, a investigação do que teria ocorrido se dá por encerrada. Sua mãe Elena é a única que não desiste de esclarecer o crime. Mas, acometida pela doença de Parkinson, seu tempo é contado em comprimidos, sendo a menos indicada a encabeçar a busca por um assassino.

Uma penosa viagem dos subúrbios à capital argentina e uma conversa reveladora guiam a trama deste finalista do International Booker Prize, um romance íntimo e crítico no qual o corpo feminino é o verdadeiro protagonista.
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