Palavras de poder: mulheres escritoras como agentes de mudança

Palavras de poder: mulheres escritoras como agentes de mudança

Em 2017, foi publicada pela primeira vez no Brasil a autora Octavia E. Butler, após quase 40 anos da sua primeira publicação nos Estados Unidos. Octavia, consagrada como a Grande Dama da Ficção Científica, também é conhecida pela frase célebre: 

“Comecei a escrever sobre poder porque era algo que eu tinha muito pouco”.

A literatura, de fato, foi mais um dos espaços em que as mulheres demoraram a ter poder. O renomado prêmio Nobel da Literatura, por exemplo, só foi conferido a 17 mulheres ao longo dos seus 120 anos de existência, sendo apenas uma delas uma mulher preta, Toni Morrison. 

Butler, pioneira, abriu caminho para as vozes marginalizadas da literatura, explorando questões de raça, gênero e poder em uma época ainda muito conservadora. Seu legado se mantém em suas obras inovadoras de ficção científica, onde personagens femininas complexas, como Dana, de Kindred: laços de sangue, enfrentam desafios épicos com coragem e força. Em suas páginas, encontramos a força transformadora das mulheres e o poder da literatura feita por elas. 

Uma mestra da imaginação, que carrega os leitores por mundos vibrantes e desconhecidos, onde a justiça e a resistência florescem, através de sua literatura afrofuturista Butler escreveu sobre temas atuais para ela à época e que até hoje se mantêm. Suas narrativas poderosas capturam a essência da luta das mulheres, e nelas encontramos a beleza da diversidade e a esperança de um amanhã mais inclusivo. Dentro do afrofuturismo, podemos destacar N. K. Jemisin, cujas obras de ficção científica se relacionam muito bem com as de Octavia Butler, e, apesar de contemporânea, foi a primeira escritora negra a ganhar um Prêmio Hugo na categoria de Melhor Romance, por seu A Quinta Estação, em 2016, e seguiu vencendo na categoria nos anos seguintes com os outros dois volumes da trilogia, com O Portão do Obelisco e O céu de pedra.

Como Jemisin, ao longo da história, seja na fantasia, seja na ficção contemporânea, escritoras mulheres foram expoentes subestimados, muitas delas recorrendo a pseudônimos ou mesmo à não assinatura de suas obras. Nas palavras de Virginia Woolf, uma das escritoras mais importantes da história:

“Ousaria dizer que o ‘Anônimo’, que escreveu tantos poemas sem os assinar, foi, muitas vezes, uma mulher”.

Woolf, que deixou imensas contribuições para o romance moderno, era uma autora feminista que carrega a inspiração feminina em todas as suas histórias. Uma dessas inspirações era Vita Sackville-West, também artista, com quem a escritora teve uma amizade e uma relação amorosa de longa data, como narra em seu Virginia Woolf & Vita Sackville-West: cartas de amor. Virginia foi, indiscutivelmente, inspiração para diversos nomes da literatura, incluindo autores como Gabriel García Márquez e a própria Toni Morrison, já citada anteriormente. 

Ao explorar as experiências femininas através de suas obras, Butler, Jemisin e Woolf – dentre outras mulheres importantes para o mundo literário – nos lembram da riqueza e da diversidade das vozes femininas na literatura.  

O dia 8 de março, apesar de ter um grande simbolismo para as mulheres, ainda está longe de representar nossa igualdade perante a sociedade. Em cada página dessa história, traçadas com a tinta da resiliência e da coragem, encontramos os nomes dessas mulheres que desafiaram convenções, ergueram suas vozes e deixaram um legado imortalizado não só na literatura, mas também na construção de um espaço mais igualitário para as que surgiriam e ainda surgirão. 

Até o dia 10 de março, você pode garantir os títulos citados com 40% de desconto no site da Editora Morro Branco (clique aqui e confira). Celebre conosco a força da caneta empunhada por uma mulher e sua capacidade de redefinir os limites do possível.

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